Por milhares de vezes descrevi caminhadas em cinzentos dias frios - reais ou não - no largo da ordem ou na Rua XV, me poetizando e ufanando por encontrar um lampejo de sol ou uma flor entre as pedras da calçada.
Na mesma angústia jovial de quem se sente sozinho por ver o que ninguém mais vê, procurei incansavelmente expressões artísticas que demonstrassem que eu não era o único a achar mais beleza em um velho de boina sentado numa praça do que no romance das novelas. Foi então que encontrei, por exemplo, John Fante. Mas ali a arte era escrita. Eu precisava ver, como sempre preciso. Foi então que passei a definir o que tanto me agradava. Na verdade, o que me salta aos olhos nessa cidade entediante são os pequenos detalhes que são, à quem tenha olhos para vê-los, bastante belos.
Ninguém melhor que o artista dinamarquês Olafur Eliasson para registrar esses pequenos momentos que me são tão aprazíveis. Confira (clique nas fotos para ampliar):
© Olafur Eliasson, Yellow Fog (1998-2008), fotogr. de Rupert Steiner.
© Olafur Eliasson, Sphere (2003), fotogr. de Pat Kalt.
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