quinta-feira, 19 de julho de 2012

Olafur Eliasson e o lirismo urbano

Quem teve a paciência de acompanhar o que venho há cinco anos publicando constatou que certos temas costumo mastigar bastante. Um deles, talvez o mais carcomido, é a beleza que encontro na decadência do urbano.
Por milhares de vezes descrevi caminhadas em cinzentos dias frios - reais ou não - no largo da ordem ou na Rua XV, me poetizando e ufanando por encontrar um lampejo de sol ou uma flor entre as pedras da calçada.
Na mesma angústia jovial de quem se sente sozinho por ver o que ninguém mais vê, procurei incansavelmente expressões artísticas que demonstrassem que eu não era o único a achar mais beleza em um velho de boina sentado numa praça do que no romance das novelas. Foi então que encontrei, por exemplo, John Fante. Mas ali a arte era escrita. Eu precisava ver, como sempre preciso. Foi então que passei a definir o que tanto me agradava. Na verdade, o que me salta aos olhos nessa cidade entediante são os pequenos detalhes que são, à quem tenha olhos para vê-los, bastante belos.
Ninguém melhor que o artista dinamarquês Olafur Eliasson para registrar esses pequenos momentos que me são tão aprazíveis. Confira (clique nas fotos para ampliar):

© Olafur Eliasson, Yellow Fog (1998-2008), fotogr. de Rupert Steiner.

© Olafur Eliasson, Beauty (1993), fotogr. de Paul Pedersen.

 
                                                                                                                 © Olafur Eliasson, Waterfall (1998).


© Olafur Eliasson, 1m3 Light (1999), fotogr. de Jens Ziehe.

 
© Olafur Eliasson, The Mediated Motion (2001), fotogr. de Markus Tretter.

 
© Olafur Eliasson, Your Spiral View (2002), fotogr. de Jens Ziehe.


                                                                                                     © Olafur Eliasson, Sphere (2003), fotogr. de Pat Kalt.


© Olafur Eliasson, Feost Activity (2004), fotogr. de Ari Magg.

© Olafur Eliasson, Notion Motion (2005), fotogr. de Studio Olafur Eliasson.

© Olafur Eliasson, Light Lab (2006-2008), fotogr. de Studio Olafur Eliasson.

© Olafur Eliasson, Seu Corpo e Alma (2011), fotogr. de Everton Ballardin

0 argumentações ou devaneios:

Postar um comentário

 

© Ecce homo | Eis aqui o homem condenado a própria liberdade |